terça-feira, novembro 29, 2005

As Universidades, essas Instituições Medievais

A última BusinessWeek tem um artigo bem interessante sobre o novo (na prática) CEO de Oxford. É interessante verificar que, tal como em Portugal, as universidades têm uma enorme resistência à mudança. Por isso é que se pode dizer que as universidades são ainda instituições medievais: ainda têm duques (prof catedráticos), condes, marqueses e barões (assistentes), cada um a lutar pelo seu feudo, e detestando os seus rivais. E o povo (os alunos) nem conta.
A universidade deve ter um papel muito mais activo na vida da sociedade civil onde está inserida, e para isso, os professores - que são pessoas potencialmente muito valiosas - têm de deixar os seus castelos, e trabalhar em conjunto com os outros actores da sociedade civil.

segunda-feira, novembro 28, 2005

O ordenado mínimo pode trazer consequências imprevistas

Thomas Sowell (U. Stanford) é um Senior Fellow da Hoover Institution, afro-americano (isto é relevante para o que vem a seguir) e escreveu um artigo sobre os distúrbios em França, comparando o modo como os EUA e França tratam os seus jovens desempregados e "não qualificados". E chega à conclusão de que os franceses ignoram a Economia, porque ao proteger os que têm um trabalho, definiram um salário mínimo demasiado elevado. E com isto aumentam o desemprego dos "arruaceiros" que causaram os distúrbios.

quinta-feira, novembro 24, 2005

O Liberalismo e o Bloco

O Bruno ficou todo contente com um post do João Miranda, onde este tenta explicar que o Bloco não tem nada de liberal.
Mas a quantidade de comentários mostra que, por um lado, o tema é polémico, e, por outro, que o que lá se diz não está totalmente correcto.

Vejamos, por exemplo, o casamento: para o BE, seria entre o Estado e qualquer grupo de pessoas - ok, até são capazes de pensar assim, mas parece-me que pensam que o casamento é uma instituição completamente desadequada ao nosso tempo, inútil e que só tem lógica ser registada no Estado por pura ideologia; para os liberais, o casamento é um contrato privado. Mas isto não diz nada, um contrato de arrendamento de um escritório também o é. Há muitos tipos de visões liberais do casamento, e o João não quis dizê-lo.

Eu acho que é uma posição liberal dizer que o casamento é um contrato privado de uma mulher com um homem com um conjunto muito concreto de objectivos (no fundo, constituir uma família), e que vale a pena registar este contrato tão concreto porque tem uma relevância fundamental para a vida de todos os membros da sociedade.

E, tal como o "casamento", todos os outros assuntos não estão suficientemente bem trabalhados, excepto, talvez, as drogas e a adopção.

Back to business

O meu amigo RAF voltou, desta vez a solo. Até que enfim!

terça-feira, novembro 22, 2005

Vai dar confusão!

Até que enfim que se dizem as coisas claramente. Podia ser que se isto tivesse claro há umas décadas, não tivesse havido tanta confusão nos seminários americanos.

Portugueses expatriados

Não percebo porque é que há todo este buzz sobre os nossos expatriados (ironizando, não sobre os emigrantes, porque esses foram para o estrangeiro, digamos, sem um curso superior). Acho que é um fenómeno completamente natural, e que não justifica artigos na Exame, no Expresso, nas revistas de Domingo, etc. E, com a integração europeia, o facto de haver portugueses a trabalhar em Londres será tão comum como um americano do Arkansas estar a trabalhar em Nova Iorque.

Além disso, tenho a certeza que a grande maioria dos que saem não é melhor do que os que cá ficam, só por estar expatriado. Digo isto porque tive a sorte de passar vários anos expatriado.

Ópera para surdos

A propósito do casamento de homos, li uma comparação interessante: tal como o casamento é um conceito concreto e bem definido, uma ópera também o é. Ora bem, o Estado podia fazer uma lei que decidisse que um filme com legendas - que permitisse aos surdos seguir o libretto de uma ópera - se chamasse ópera. Mas o filme não seria uma ópera, tal como o casamento de homos não é um casamento.

Relatório da ONUSIDA

Será que é verdade que este foi o maior incremento anual no número de infectados desde que se detectou a doença? Se há 40 milhões de infectados, e este ano apareceram 5 milhões de novos casos, é bem provavel que seja verdade. Só não percebo como é que ainda não se mudou a estratégia global para o ABC, e se fica só pelo C. Ou melhor, percebo: a ONUSIDA não tem interesse nenhum em defender uma estratégia "moral", e por isso, na prática, promove a promiscuidade.

Criatividade cubana

Uma mulher acaba de ser autorizada a viver nos EUA como exilada cubana. Mas esta tem uma história original: enviou-se a si própria para os EUA num caixote, por DHL.
Os cubanos são bem criativos. Só é pena que estejam sob um regime tão castrante.

Bush na China

Li no Público que o Bush deixou a China sem qualquer resultado positivo. Pode ser verdade. Mas também é verdade que realizou pelo menos um acto significativo, e que merece ser elogiado: "Muy distinta ha sido la actitud de Bush en China. Ayer en la mañana asistió a una misa o servicio religioso en una iglesia evangélica de la Iglesia evangélica oficial de China. De esto no pueden informar los medios chinos, sometidos a una dracómica censura."

Acho que se o Bush não tivesse feito nenhum gesto deste tipo,os meios de comunicação social portugueses chamavam-lhe hipócrita. Como o fez, nem se dignaram relatá-lo, mais ou menos como os MCS chineses...

quarta-feira, novembro 16, 2005

Embriões e Procriação Medicamente Assistida

Em Portugal, o debate sobre a legislação que regula a Procriação Medicamente Assistida e o estatuto dos embriões foi nulo. E isto é vergonhoso para todos nós, porque é um assunto difícil de um ponto de vista moral, mas muito importante para a sociedade. O Paulo Marcelo esteve a trabalhar neste assunto quando estava no governo, e escreveu um artigo bem interessante no Diário Económico.

Ideias feitas, mas erradas

O artigo de Alexandre Beirão da Veiga no Jornal de Negócios de hoje aborda de uma forma interessante as ideias feitas, mas erradas, que existem sobre a Inquisição. Vale a pena ler.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Títulos inacreditáveis

Acabo de ler no Diário Económico que "Governo vai cumprir Lei das Finanças Locais para as freguesias". Espantoso: isto quer dizer que o Governo chegou a pensar em não cumprir a lei?

E, ainda segundo o DE, o Governo não parece estar a querer cumprir a lei no que diz respeito às Câmaras Municipais. Então para que é que serve a lei?

quarta-feira, novembro 02, 2005

No fundo, no fundo...

Este blog serve para dizer o que quero mesmo dizer.