terça-feira, janeiro 31, 2006

Às vezes a simplificação complica

O Bruno propõe-se simplificar, e por isso diz «Em vez de classificarmos como "casamento" - o contrato entre duas pessoas tendo o Estado como testemunha - seria bem mais fácil aceitar simplesmente o termo "contrato".»

Ora bem, como já ouvi dizer, numa formulação muito feliz, "O casamento é um conceito antropológicamente ocupado", parece-me bastante mais interessante que se considere o casamento como uma intituição que origina uma família. Assim, é de facto um contrato, (mas bem especial...), e o Estado só lá tem lugar na medida em que considerar que o casamento dá origem a uma família, e que esta é a base da sociedade, da qual o Estado é responsável, e que por isso a própria sociedade, através do Estado, quer proteger (por exemplo, diminuindo os impostos porque se considera que contribui de outro modo para o bem comum). Perceberam?

Por isso, só vale a pena chamar contrato se se considerar que é um contrato igual aos outros.
E, já agora, se a sociedade actual não considera que a família é importante (por exemplo, em muitos casos é fiscalmente mais vantajoso não estar casado do que estar casado), para que é que se mete no casamento?

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Ainda a neve...

Somos mesmo provincianos, não somos? Dizem os entendidos que a quantidade de chamadas e sms foi semelhante à da passagem de ano. O que também não é um feito muito positivo.
Como se dizia há uns tempos no "Prós e Contras", o português é "intrinsecamente saloio" - basta pensar na feijoada da inauguração da Ponte Vasco da Gama... e na quantidade de records do Guiness que detemos!

Despair

Lembram-se da huh? Pois agora vale a pena visitar a www.despair.com, uma empresa de consultoria de desmotivação, que se gaba de estar "engaged in a fierce battle in the marketplace of ideas with the multi-billion dollar motivation industry".

Soube da Huh? e da Despair, Inc. pelo João Oliveira.

Mais uma vez, a questão da intervenção do Estado na economia

O Prof. Pita Barros escreveu um artigo bem interessante sobre este assunto. E onde põe o dedo numa ferida: "o peso do Estado na economia é também derivado do interesse dos agentes económicos - procuram obter para si as vantagens que a ligação ao Estado possa dar (seja em enquadramento legais mais favoráveis, seja em incentivos - vulgo subsídios, seja em protecção pura e simples), mas preferiam que os outros não tivessem acesso a essas mesmas vantagens. A consequência é um discurso público contra o peso do Estado, uma actuação privada que tende a reforçar esse peso."

Gostava de ser assim

- Como o Governador do Banco de Portugal: não me lembro de uma renovação de mandato tão consensual, neste caso sinal de um bom trabalho;
- Como o Paulo Pereira: saíu da Morgan Stanley, onde mediava negócios de valor superior ao PIB português, para lançar o seu próprio negócio.

domingo, janeiro 29, 2006

Quem diria?

Neve no Marquês de Pombal?!

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Há algo que me intriga

Como é que ainda há em Portugal 15% de votantes da extrema-esquerda?

Já somos um país relativamente avançado, os tempos revolucionários e extremistas já acabaram - só continuam no prefácio da Constituição -, não vejo motivos para haver tanta extrema-esquerda.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Um post superficial

A Maria Cavaco tinha mandado todos os outros casacos para lavar?

Impressões da noite eleitoral

Péssimo - Sócrates, pela falta de fair play, pelo desprezo que mostrou por Manuel Alegre. Toda a gente sabe que não se atropela ninguém em noite de eleições. Mal estiveram também as televisões (pelo menos a RTP, que me desculpem as outras se não cairam no erro), ao dar primazia a um PM amuado, quando o verdadeiro protagonista era outro.
Mau - Louçã (porque esteve no seu melhor, só lhe faltou "Temos de acabar com esta hipocrisia!")
Fiel - António Vitorino, porque defendeu a causa até ao fim, mesmo quando o porta-aviões já tinha afundado...
Bonzinho - Soares (apesar de não ter falado de Alegre. Pensando melhor, se calhar até foi bom, porque era capaz asneira...)
Bom (mas não criativo) - discurso de estado de Cavaco
Susto - a descida da percentagem... 56, 53, 52,3, 51, 50,9, 50,8 (mas será que isto não para?!?!), 50,7, 50,6... (suspiro de alívio!)
Dúvida - o que aconteceria na 2ª volta?
Muito bom - cenário da RTP
A estrela - STAPE
Fenomenal - as previsões do meu irmão (não te esqueças de jogar no Euromilhões!)

sábado, janeiro 21, 2006

Uma real mais-valia

Benvinda, Sara!

Plano... tecnológico?

No início, talvez por inocência/ingenuidade, parecia-me que o Plano Tecnológico era o tipo de projecto de que Portugal precisa. Era (seria, poderia ser...) uma maneira de fazer com que o rasgo de inovação (o famoso "desenrascanço" bem português) fosse de alguma forma canalizado para um projecto com pés e cabeça, com princípio, meio, e fim.
Enganei-me. Afinal, as coisas não mudam de um dia para o outro, nem de legislatura para legislatura (a paixão pela educação vem-me inevitavelmente à memória, que me desculpe o Eng. Guterres...).
O Plano Tecnolólico transformou-se (e esta é a visão optimista) num verdadeiro "Choque Tecnológico". O choque entre quem quer fazer, e quem quer dizer que faz. O choque entre o académico "teórico" e o "animal" político. O choque, no fundo, entre a verdadeira vontade de mudar o rumo do país, e a tentativa de nos fazer acreditar que se faz o que se pode, mas que "a coisa está má"...
Como não podia deixar de ser, o Plano que passou a Choque arrisca-se a virar Telenovela (e daquelas mesmo más, mexicanas dobradas em brasileiro), com um final imprevisível e sujeito a escrutínio público.
Senão vejamos... O despique pouco elegante entre o PM e o Professor (nota: a função de PM não é, acima de tudo, uma função pública?) obriga o vilão a dar sinais de vida, saindo do seu confortável cantinho.
Fica a dúvida sobre os próximos episódios. Será que estamos a assistir ao canto do cisne? Ou a "estratégia" do Professor deu frutos, e sai Ministro e entra MIT?
Uma coisa é certa - política à portuguesa é assim, e por isso é que é tão difícil pôr a máquina em andamento...

sexta-feira, janeiro 20, 2006

E não se pense que os eurodeputados são liberais

Porque chumbaram, mais uma vez a liberalização dos serviços portuários.

Os estivadores são um lobby poderoso e muito bem defendido, que impede a concorrência. Por isso, os portos são muito ineficientes. O filme "Há lodo no cais", tão antigo que é a preto e branco, retrata uma situação que continua a ser verdadeira.

E os eurodeputados, tão liberais nos costumes, esquecem-se de ser liberais quando se vêm confrontados com uns arruaceiros violentos.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

O Parlamento Europeu tem poder a mais

Os deputados europeus acham que deviam ser tidos em conta em muitas mais circunstâncias do que aquelas em que são ouvidos. Hoje no Público (sem link...), por exemplo, exigem negociar o orçamento da UE.

Mas a verdade é que perdem toda a credibilidade ao fazerem declarações absurdas: "O PE declarará hoje que o casamento homossexual é um «direito fundamental»".

Direito fundamental???

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Macário Correia em bicos de pés

Macário Correia está ofendido com o Governo porque o Ministério da Economia não responde a um pedido de informação da AMAL:

"é «lamentável» que o Governo não tenha respondido às duas solicitações da AMAL, «que representa as autarquias e a população do Algarve»."

Não será que o Governo tem muito maior legitimidade para afirmar que representa "a população do Algarve"? Acho que o Macário Correia se anda a pôr demasiado em bicos de pés e por isso fica rídiculo.

terça-feira, janeiro 17, 2006

O aspecto mais interessante do relatório do Worldwatch Institute...

... não é a quantidade de petróleo, água ou cereais que os chineses e os indianos irão consumir nos próximos anos, mas sim a mentalidade que os seus líderes têm no que diz respeito às questões de sustentabilidade ambiental: "China and India are positioned to leapfrog today's industrial powers and become world leaders in sustainable energy and agriculture within a decade."

sábado, janeiro 14, 2006

Sacyr menos portuguesa

Lembram-se da quantidade de justificações que a família Vaz Guedes deu para a venda da Somague à Sacyr? A ideia básica era dizer "tem-se mais poder sendo do CA de uma grande empresa ibérica do que mandando numa grande portuguesa". E, por isso, até Portugal saía a ganhar. Pois bem, ontem apareceu uma - muito pequenina - notícia no Semanário Económico que dizia que o pai Vaz Guedes sai do CA da Sacyr, e é substituído por... um espanhol.

Não tenho nada a ver com a organização interna da Sacyr nem da Somague, só me aborrece que a família Vaz Guedes, quando vendeu, tenha justificado que era para ficar com mais capacidade de influência/poder, e agora se verifique que foi só por dinheiro. Mais valia ter dito isso desde o princípio.