Às vezes a simplificação complica
O Bruno propõe-se simplificar, e por isso diz «Em vez de classificarmos como "casamento" - o contrato entre duas pessoas tendo o Estado como testemunha - seria bem mais fácil aceitar simplesmente o termo "contrato".»
Ora bem, como já ouvi dizer, numa formulação muito feliz, "O casamento é um conceito antropológicamente ocupado", parece-me bastante mais interessante que se considere o casamento como uma intituição que origina uma família. Assim, é de facto um contrato, (mas bem especial...), e o Estado só lá tem lugar na medida em que considerar que o casamento dá origem a uma família, e que esta é a base da sociedade, da qual o Estado é responsável, e que por isso a própria sociedade, através do Estado, quer proteger (por exemplo, diminuindo os impostos porque se considera que contribui de outro modo para o bem comum). Perceberam?
Por isso, só vale a pena chamar contrato se se considerar que é um contrato igual aos outros.
E, já agora, se a sociedade actual não considera que a família é importante (por exemplo, em muitos casos é fiscalmente mais vantajoso não estar casado do que estar casado), para que é que se mete no casamento?