terça-feira, outubro 31, 2006

Danos colaterais

A guerra Israel-Hezbollah originou danos colaterais: A segurança reforçada na fronteira com o Líbano trouxe uma redução drástica no tráfico de drogas, fazendo com que o preço da marijuana aumentasse oito vezes. Agora percebo porque a relação entre os charros e o movimento pacifista.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Greve no Metro

Amanhã há mais uma greve no metro. E em Novembro há mais duas. Com estas são 7 as greves num ano.
Não percebo para que é que fazem greve: se a greve fosse gravosa para a empresa, a administração já tinha cedido - 7 greves num ano são muitas greves! Como não é - a empresa é pública, não tem concorrência, a administração está lá com o apoio da tutela -, para que é que os trabalhadores continuam a fazer greve?
Não era melhor encontrar outros modos de fazer valer os seus argumentos?

sexta-feira, outubro 27, 2006

Roadblog

Amanda Congdom - que apresentava o Rocketboom - tem agora un novo videoblog, chamado "Amanda Across America", o qual ela diz que é um roadblog. O estilo é semelhante ao do Rocketboom. São uns 3 ou 4 minutos em que Amanda entrevista alguém interessante, ou relata alguma coisa curiosa. Para quem se quiser divertir um bocadinho, vale a pena.

Sabedoria "popular"

"Não quero pronunciar-me enquanto não tiver dados concretos. Se pudéssemos exportar rumores, seríamos um dos grandes produtores mundiais." Taur Matan Ruak

Ainda sobre o digo e "desdigo" dos nossos ministros

Na onda deste post, encontrei um "ligeiramente" mais agressivo, mas bem apanhado...

O duelo que se segue

Sarkozy vs Royal (via Bodegas)

É irritante, mas sempre que vejo o nome Royal lembro-me da gelatina. Até prova do contrário, sinto alguma simpatia por ela. Faz-me acreditar que é possível...

Banda sonora

The Cranberries.
Proponho uma votação - No need to argue ou Bury the hatchet?

quinta-feira, outubro 26, 2006

Haja coragem!

"Em mais de um século de existência da Grande Boucle, só em 1985 houve uma meta instalada no alto do Aubisque, nos Pirenéus, uma montanha onde só é permitido circular entre Junho e Novembro, em 18 quilómetros, com uma inclinação média de sete por cento - com alguns locais a dez por cento -, dos 500 aos 1.709 metros de altitude"

O ciclismo é uma espécie de luta do homem contra a natureza. Nalguns casos, como este, a luta é claramente desigual...

Fanfarronice espanhola

O treinador da selecção espanhola - campeã do mundo, é certo - disse que "Em Espanha temos muitos Michael Jordan", tanto a nível físico como técnico. Sim, senhor!

Há dias assim

Chuva, chuva e mais chuva. Uma lareira, Chopin pelo Samson François, um bom livro, a sala de pedra... e não preciso de mais nada.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Chegou o novo Firefox

Ainda bem que chegou. Continua a ser muito melhor do que o Internet Explorer. Para o descarregar, ir aqui.
E com o novo Firefox, é muito fácil saber quais os últimos posts do No fundo, no fundo... Basta estar neste blog, ir a Bookmarks, e dizer que se quer Subscribe to this page. E já está.

Quem diria?...

"Jean Todt chefe executivo da Ferrari"

Eu voto não

Estou de acordo com, por exemplo, estes, porque, por exemplo, é a solução que origina menos sofrimento.

terça-feira, outubro 24, 2006

RIP

Curioso: Residuos Industriais Perigosos e Requiescant in Pace (ou então Rest in Peace, como já apareceu) são ambos RIP.

Até parece o Bonanza


Budapeste, 23.X.2006

Ai o défice...

"A privatização da REN vai depender do encaixe com a Portucel, mas não está fora de questão fazer ainda parte este ano", afirmou o ministro quando questionado pelos jornalistas sobre o objectivo de conseguir este ano um encaixe de cerca de 1600 milhões de euros com as privatizações."
As contas até podem vir a ficar equilibradas. Ou melhor, podem vir a parecer equilibradas. E o senhor que se seguir, desculpem a expressão, que se lixe... Literalmente. Isto são proveitos extraordinários. Qual é o gestor que apoia os resultados da sua empresa nas mais-valias geradas num ano?

Mais um capítulo

Anacom chumba OPA da Sonae

segunda-feira, outubro 23, 2006

Directamente do Fonógrafo

"Arvo Part é um dos mais destacados compositores contemporâneos."
Vale (muito) a pena ler o resto.

Isto é que é falar!

Marques Mendes aconselha José Sócrates "a ter tento na língua"
É tão bom estar na oposição, não é?

Importa-se de repetir?...

Disseram-me que os vôos portugueses chegam ao aeroporto de Madrid no terminal nacional. Deve ser uma espécie de case-study.

sábado, outubro 21, 2006

Ranking das escolas

A ministra da educação quer saber "por que razão tantas escolas privadas surgem no topos das tabelas." Duhh! Porque ensinam melhor! Porque os professores são melhor tratados. Porque os pais mais instruídos põem lá os seus filhos, e é habitual que os pais mais instruídos consigam educar os filhos de modo a que estes também sejam instruídos...
E que tal pensar em promover escolas privadas que consigam viver sem ter que só aceitar os filhos dos que podem pagar integralmente a educação que recebem? Talvez funcionasse... Ou, pelo menos, ajudar aquelas escolas que dão bons resultados a poder aceitar mais gente a pagar menos.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Foto de família

Não, não estão de costas!

Regulador ou regulado?

A ideia era esta...

"Assim, o Estado - consubstanciado, neste caso, na acção governativa - aceita, no plano formal e institucional, deixar de lado o seu papel de árbitro, para poder ser legitimamente jogador (ou mesmo, apenas interveniente, tipo "apanha - bolas"). "

Mas o peso dos media, das promessas eleitorais e do politicamente (in)correcto não "deixam" que o Governo actue de forma coerente. As entidades reguladoras e a AdC são autoridades independentes na sua essência. Se os Governos as querem controlar, então façam-no escolhendo a dedo quem lá põe, mudando estatutos, regras, como quiserem, mas não o venham fazer depois de conhecidas as decisões.
Um bom exemplo do "regulador desregulado" é o da ERS (referida no post). Se abstaírmos da sua existência e tentarmos pensar em quais seriam as tarefas a cargo de um regulador da saúde, temos uma "agradável" surpresa. Estão todas no Ministério. O que sobra? O "provedor do doente". A verdade é que, dentro desta lógica de governo, as coisas funcionam lindamente. E não é preciso vir para os jornais dizer que o regulador é um "bruto", que aqueles aumentos são impensáveis, que claro que eles fizeram asneira e vamos já tratar do assunto.
Não é bonito, não é jogo limpo. Mas ao menos é assumido.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Porque rir faz bem à saúde

Obrigada, MSN.

Ruivolução II

Disse o Pacheco Pereira
"Já agora, ninguém sugeriu no Público que se fizesse um blogue para cobrir a manifestação de setenta mil pessoas que atravessou Lisboa, ou a greve dos professores em curso, eventos muito mais relevantes, embora menos "na moda", do que a "Rivolução"? E já agora não seria interessante saber que relações têm os ocupantes com a "cultura" subsidiada?"

terça-feira, outubro 17, 2006

Ruivolução?

Gostava de ouvir uma opinião isenta sobre o que se passa no Rivoli. Não, obrigada, os jornais não contam. Do que consegui perceber até agora, o problema nasce porque a Câmara quer passar a administração do Rivoli para mãos privadas. O meu lado "capitalista" questiona-se: qual é o mal? Se o Teatro é assim tão bom, tão rentável, tão importante, então uma administração privada tem todos incentivos para o fazer funcionar. Não se está a falar de vender o Coliseu à IURD, é simplesmente passar a administração para mãos privadas. Se não é rentável, se é um "buraco" assim tão grande, então não fará sentido que a Câmara se tente livrar do fardo? Não fará sentido que tente rentabilizar um activo que lhe consome energias, esforços, recursos e dinheiro "a rodos"? Além disso, as mesmas pessoas que saltam a defender o Rivoli público, saltam no minuto seguinte indignadas por causa do défice e do endividamento das autarquias, das estradas que não se fazem, das infraestruturas que não se melhoram. Tentar separar o serviço público que as Câmaras prestam do seu orçamento é muito pior do que dar um tiro no pé. É dar um tiro na carteira, porque alguém - o contribuinte - vai ter de pagar.
Parece que a Galp vai ser privatizada. Que desgraça, desbaratar os bens do Estado!... E se nos barricássemos na refinaria de Matosinhos?...

segunda-feira, outubro 16, 2006

Eu não queria!


A sério que não queria falar de futebol. Mas vi isto e fiquei impressionada. "Fractura craneana com afundamento". Faz lembrar o "Gladiator"...

domingo, outubro 15, 2006

Momentos de verdade

Acabei de ler o livro de Jan Carlson "A Hora H". O livro é excelente (é um verdadeiro best-seller, merece sê-lo), e explica que são os empregados que lidam directamente com os clientes quem transmite a imagem da empresa, quem presta um bom ou mau serviço. E que a função da gestão é a de definir a estratégia e ajudar os que estão na "frente de batalha" a servir bem. Isto é óbvio, mas continua a não ser vivido.

O livro tem um problema: o original chama-se "Moments of truth", e é de 1987. A partir da altura em que foi lançado, todas as pessoas que trabalham na gestão de serviços chamam momentos de verdade aos encontros empregado-cliente. E não "horas H"!!! A Lua de Papel (marca da Asa para a não-ficção), que editou o livro em português, cometeu um erro crasso em mudar o nome de "momentos de verdade" para "hora h".

sábado, outubro 14, 2006

A Grande Repórter

de Sociedade do Diário de Notícias irá discursar sobre o aborto, promovendo o sim no referendo.
Penso que o facto é positivo: assim sabe-se de que lado está o jornal.
Penso que seria interessante que os outros jornais - ou, pelo menos, aqueles jornalistas que nos "jornais de referência" têm o trabalho de cobrir estes assuntos - também tornassem pública a sua posição.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Nobel da economia, parte dois

Yunus and the Grameen Bank
Muito bom. Sem mais comentários. A história fala por si.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Kasparov

Hoje estive no SAP Business Forum.
Ouvi com gosto o Gary Kasparov. A vida dele, agora, é dar conferências, mas o que mais me impressionou é que se notou que ele preparou com cuidado o speech de hoje - os conferencistas-profissionais têm um discurso preparado, e depois dizem-no sempre da mesma forma. Preparou o discurso, porque senão não teria feito referência, por exemplo, ao "Obviamente, demito-o", do Gen. Humberto Delgado.
E, já agora, o forum estava muito bem organizado. Notava-se a força que a SAP tem em Portugal.

Mais do mesmo

Acabei de ler "O meu eu e outros temas importantes", do Charles Handy. O livro é uma repetição das ideias escritas noutros livros do mesmo autor. Para quem já leu, por exemplo, "The elephant and the flea", este livro é uma desilusão: Handy perdeu a frescura e a criatividade que tinha demonstrado anteriormente.

terça-feira, outubro 03, 2006

Arame farpado

Estou a ler o "Império", do jornalista Ryszard Kapuscinski (During his four decades of reporting on Asia, Latin America, and Africa, Kapuscinski witnessed 27 coups and revolutions and was sentenced to death four times.) O livro conta as suas viajens pelos territórios da antiga União Soviética, o Império do título. Não resisto a colocar um texto sobre o arame farpado. Sei que é comprido, mas acho que vale a pena, porque é uma abordagem curiosa e original.

Tendo em conta que, onde fosse tecnicamente possível, as fronteiras em questão sempre tinham sido (e continuavam a ser) protegidas por enormes fossos de arame farpado (vi essa parafernália nas fronteiras com a Polónia, a China e o Irão) e que o referido arame, devido ao péssimo clima, se estragava rapidamente e tinha que ser substituído com frequência em centenas, melhor, em milhares de quilómetros, podemos aceitar como dado adquirido que grande parte da metalurgia soviética mais não era que a indústria do arame farpado.

Além do mais, isto não se esgotava só com as fronteiras! Quantos milhares de quilómetros de arame não se usaram nos fossos à volta do arquipélago Gulag? Aquelas centenas de campos de concentração, etapas e cárceres espargidos por todo o território do Império! Quantos milhares de quilómetros não se gastaram ainda a cercar superfícies poligonais de artilharia, de carros blindados e de armas nucleares? E as vedações aramadas dos quartéis militares? E as de toda a espécie de armazéns?

Se multiplicarmos tudo isto pelos anos de existência do poder soviético, não será difícil responder à pergunta sobre a razão de nas lojas de Smolensk ou Omsk não se conseguir comprar uma enxada ou um martelo, para já não falar numa faca ou numa colherzita: não há matéria-prima para fabricar estes objectos; gastou-se tudo com o fabrico de arame farpado. Mas a coisa não acaba aqui! Ao fim e ao cabo, toneladas deste arame tiveram que ser transportadas - em barcos, em comboios, em camelos, em trenós puxados por cães - para os lugares mais remotos, para os recantos mais inacessíveis do Império para depois ser descarregado, desenrolado, cortado e fixado. Não é difícil imaginar as intermináveis reclamações - por telefone, telégrafo ou carta - de comandantes de postos fronteiriços, de comandantes de lagers (campos de concentração) e de directores de prisões pedindo novas remessas de toneladas de arame levados pelo seu zelo previdente de fazerem grande aprovisionamento para a eventualidade de faltar nos armazéns centrais. Por outro lado, também não é difícil imaginar aqueles milhares de equipas e comissões de controlo percorrendo o Império de ponta a ponta com o objectivo de verificar se tudo estava bem cercado, se os fossos tinham altura e espessura suficientes, se o emaranhado de arames era suficientemente denso de forma a que nem mesmo um rato conseguisse escapar através dele. Também é fácil imaginar as chamadas telefónicas de Moscovo aos seus subordinados nas províncias, chamadas que contêm o alerta e a preocupação constante encerrados na pergunta: De certeza que aí estais bem aramados? E é por isso que os homens, em vez de construírem casas e hospitais, em vez de comporem instalações de água e electricidade, que não cessam de se estragar, durante anos e anos estavam ocupados (felizmente nem todos) a aramar o seu Império, pelo interior e pelo exterior, à escala local e estatal.

segunda-feira, outubro 02, 2006

En Compañia del Sol

Acabei de ler uma simples biografia de S. Francisco Xavier, "En Compañia del Sol". Comprei-a sem saber o que era - gosto do que o autor, Jesus Sanchez Adalid, escreve - e fiquei surpreendido com a leveza do texto.

Ainda a troca de seringas nas prisões

A propósito da troca de seringas nas prisões, uma medida que o nosso Estado considera positiva porque levará a que os presos não se contagiem uns aos outros com doenças transmitidas pelo sangue, proponho a criação da Agência Para a Corrupção - APC.

A APC deverá ser uma entidade inserida no organismo que resulta da fusão da API e do ICEP, e terá como objectivo guiar os investidores a só corromper que já quer ser corrimpido. Desta forma, o Estado reconhece que existe a vergonha da corrupção na nossa Administração Pública - tanto ao nível nacional como local - mas, como não a pode vencer, pelo menos impede que se alastre a outras entidades que ainda não querem ser corrompidas. Alé disso, os investidores teem a vida facilitada: a APC acompanha cada corrupto, e vai dizendo a "dose" que cada um toma, impedindo que o investidor seja enganado pela entrega de mais "dose" do que aquela a que o corrupto está habituado. Como o investidor não vai gastar tanto dinheiro quanto previa inicialmente, e vai corromper muito mais depressa - a APC indica todos os corruptos que devem ser acompanhados -, Portugal vai beneficiar da medida porque os investimentos podem ser maiores e realizados num prazo mais curto.

Temos de desenterrar a cabeça da areia e olhar o mundo à nossa volta: afinal de contas, até os corruptos são homens. E a droga, perdão, a corrupção... até nem faz tanto mal à sociedade: quem quiser ser corrompido, que seja, desde que não me aborreça!