quarta-feira, dezembro 21, 2005

Ignorância

Suponho que a ignorância é do jornalista, apesar de estar entre aspas, mas é divertida: "Candidatura de Alegre acusa RTP de «tratamento imparcial»".

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Credores só recuperam 10% das dívidas

O Semanário Económico de hoje noticia uma tese de doutoramento em que, resumidamente, se diz que nos processos de falência das empresas, em média os credores só recuperam 10% das dívidas e demoram 10 anos a recebê-las.

Com estes valores, compreende-se muito bem o desespero de quem tenta trazer investidores estrangeiros para Portugal, e que, claro, não consegue.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Informação enviesada

Na capa do Público de hoje, está escrito "Soares tenta diminuir Alegre", e, no interior do jornal, o título da notícia é "Soares tenta diminuir Alegre, mas não consegue".

Ora isto não é sério: enquanto que quem ler a capa pensa que Soares ganhou o debate, ao ler a notícia percebe que o que aconteceu foi uma derrota de Soares.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Vantagens de contratar imigrantes

Segundo o Irish Independent (sem link), 10% dos trabalhadores assalariados na Irlanda são polacos. Os empregadores preferem os emigrantes dos países de Leste da UE pela sua motivação e pontualidade, mais do que por ter um custo salarial menor.

No ano passado, em conversa com um dirigente de uma empresa portuguesa de construção que tem trabalhado na Polónia, fiquei surpreendido por este contar que os polacos são como os portugueses: quando são imigrantes, trabalham imenso; quando estão no seu país, fartam-se de preguiçar.

Penso que o grande factor para que estas pessoas trabalhem tanto não é serem polacos ou portugueses, é serem imigrantes. Não será possível educar os portugueses para trabalharem cá como o fazem lá fora?

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Eleições no Chile (III)

Já agora, parece-me interessante comparar o que aconteceu no Chile com o que se passa em Portugal: Michelle Bachelet tinha a maioria absoluta uns meses antes das eleições, altura em que a oposição se dividiu em duas facções, a do candidato oficial (que ficou em terceiro lugar), e a do candidato que se revoltou contra o partido (e que vai disputar a segunda volta). A candidatura Bachelet descansou na vantagem que tinha, e está em vias de perder as eleições.

Será que em Portugal vai acontecer o mesmo? Não acredito: acho que o Cavaco vai ganhar, mas o Chile mostra que tem de trabalhar até ao fim.

Eleições no Chile (II)

Não posso dizer que os resultados me tenham satisfeito particularmente -a senhora Bachelet (socialista) teve 45% dos votos, e eu esperava menos - mas a JAD também não terá ficado satisfeita: Piñera+Lavín (centro-direita) tiveram 48%. Estas semanas até à 2ª volta das eleições vão ser bem "quentes".

Abortion induces long term mental distress

Um estudo norueguês prova aquilo que se pressente, mas que não se tem a certeza sem dados objectivos: quem aborta sofre de "mental distress" muito mais frequentemente no longo prazo do que quem não o faz, mesmo que tenha tido um aborto espontâneo.
Mais uma vez se mostra que vale a pena pôr todos os meios razoáveis para mostrar às mães que podem pensar em abortar que, até para elas, é melhor não o fazer.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Ponto da situação

Este blog tem, na prática, 2 semanas. E uma média de 20 visitantes por dia. Recebeu visitantes de17 países: Portugal, EUA, Inglaterra, Argentina, Chile, Perú, Venezuela, Brasil, México, Filipinas, Austrália, Índia, Rússia, Islândia, Espanha, Bélgica e Eslováquia. Como sempre acontece nos blogs, uma parte significativa dos visitantes é gente minha amiga, mas fico muito satisfeito quando aparece alguém novo. Como é lógico, espero que voltem, e agradeço todos os comentários, em especial aqueles que me ajudem a melhorar tanto o conteúdo como a forma.

Podcasts

Noutro dia tive uma boa surpresa: o "Há vida em Markl" também tem um podcast. Finalmente, volto a poder ouvir o Nuno Markl, agora que não posso ter o rádio ligado quando ele diz as suas parvoíces.

Aproveito para perguntar se alguém conhece mais alguns podcasts interessantes. Eu tenho procurado algumas coisas, mas ainda não encontrei mais nada realmente útil/interessante.

Eleições no Chile

A JAD está toda contente porque, à candidata de esquerda às presidenciais chilenas "As sondagens dão-lhe uma vantagem de 25%".

Pois é, mas a última sondagem da IPSOS no Chile não só dá como resultado que vai haver 2ª volta, como também que os outros três candidatos, todos mais à direita do que a Señora Bachelet (com 38,5%), têm juntos 45,7%. Eu, se fosse à JAD, não deitava tão cedo os foguetes...

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Estou à espera...

... de um comunicado da Associação República e Laicidade a exigir que a RTP - televisão pública - nunca mais entreviste o Geovani (jogador de futebol que se fartou de agradecer a Deus por ter jogado bem hoje).

terça-feira, dezembro 06, 2005

Huh?

Huh? é o nome de uma pseudo-empresa. Alguém construíu um site a imitar o estilo das consultoras de e-business, mas em tom de gozo. Vale mesmo a pena ler o site.

Soube da Huh? pelo João Oliveira.

Papéis trocados

A última pergunta do debate Cavaco-Alegre teve umas respostas curiosas: o homem da esquerda deu uma resposta de direita, e o da direita, uma resposta de esquerda.

Eu concordo com o Manuel Alegre: o Presidente deve ser muito mais bem pago, pois é o representate de todos os portugueses: tem uma dignidade e uma responsabilidade que devem ser reconhecidas, não só protocolarmente como também materialmente.

Já agora, é-me muito difícil acreditar que o Cavaco não estivesse a mentir quando disse que o PR não é mal pago.

sábado, dezembro 03, 2005

Soares a ver-se ao espelho

Hoje, Mário Soares disse que Cavaco Silva tem vergonha do PSD. Parece-me que é o PS que não quer ter nada a ver com Soares, porque senão, este não tinha que dizer, em jantar comício, que quer mais emenho doPS.

Disse também que "há grandes clivagens na direita que vão reflectir-se necessariamente nas eleições". Curioso: mesmo que haja muita gente a engolir sapos, o voto vai todo para Cavaco. As clivagens na esquerda fazem com que o voto se divida em 4.

E, por fim, Mário Soares disse que "as verdadeiras divisões não estão à esquerda". Se aquilo não é uma verdadeira divisão, então, o que é que é uma verdadeira divisão?

As propostas do PSD para redução do peso do Estado...

...eram muito interessantes:
- Educação
Transferência para o sector privado e social do pré-escolar; gestão descentralizada do ensino básico e complementar; novo modelo de gestão das Universidades.
- Saúde
Contratualização da gestão dos centros de saúde com privados; lançamento dos concursos para hospitais PPP.
- Sector Empresarial
Privatização das empresas ou participações do Estado em empresas cuja permanência no sector público não seja estratégica.


Porque é que não se ouviu falar mais delas? Será que eram só "fogo de vista"? Ou servirão para a actualização da base ideológica e dos estatutos do partido, que serão revistos no próximo congresso?

Um político politicamente incorrecto

Disse o Ministro da Saúde polaco: “Os contraceptivos não são medicamentos, porque o sexo não é uma doença. O sexo é assunto de pessoas de boa saúde.” E por isso, a segurança social polaca não os comparticipa.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

O ensino, entendido como serviço público, leva à ineficiência burocrática

Philippe Nemo, director científico do Centre de Recherche en Philosophie Économique da ESCP-EAP, deu uma entrevista bem interessante a Aceprensa, que reproduzo a seguir.

Penso que o mais relevante é a definição das condições que deve cumprir um sistema educativo que quer respeitar a liberdade de ensino. E a definição do papel do Estado como financiador da parte da formação que é de interesse geral e como definidor de umas regras mínimas para o funcionamento dos estabelecimentos de ensino.

Entrevista a Philippe Nemo

¿Cuál es la diferencia entre concebir la enseñanza como servicio público y entenderla como servicio de interés general?
El hecho de que la educación se considere de interés general significa que el progreso del conocimiento y una buena educación para la población llevarán hacia el bien de la sociedad. Esta función debe llevarse a cabo por familias y escuelas. Si sólo existe un servicio público, es decir, un monopolio de la escuela estatal, no se podrá preservar este interés general. La razón es que estas escuelas – como la historia ha demostrado en diversas ocasiones – crean dogmatismo, ineficacia burocrática y tiranía política. Finalmente, todo esto produce la ruina intelectual. Sin embargo, también se puede favorecer una enseñanza libre que surja de la iniciativa privada, de asociaciones o fundaciones que reciban una financiación pública según ciertas condiciones para asegurar la calidad de la docencia. Con este sistema se garantiza la neutralidad política, una mejor eficiencia en la gestión de los centros y mejores resultados educativos.

Entonces, ¿cuál sería el papel del Estado?
El Estado ha de dar financiación a aquella parte de la educación que es de interés general. Cuanto más alto es el nivel de enseñanza, menos evidente resulta el interés general. En el caso de la enseñanza primaria y secundaria, no hay dudas; pero no está tan claro en el caso de la enseñanza superior o universitaria. Es de interés general que el Estado financie los estudios de aquellos alumnos que son capaces de llevar a cabo una licenciatura con éxito, pero no de los demás. En Francia, se dota de fondos públicos a centros universitarios con el único fin de mantener ocupadas a una serie de personas que de otra manera estarían en el paro. Se trata de una perversión.

¿Qué condiciones ha de tener un sistema educativo que respete la libertad de enseñanza?
No estoy hablando de suprimir las escuelas públicas que ya existen, sería algo muy traumático. Lo que el Estado debe hacer es financiar la enseñanza obligatoria y asegurar unos mínimos en el plan de estudios. Los profesores deben estar bien cualificados y no pueden enseñar conocimientos que no sean científicos ni doctrinas contrarias a la democracia, y en cambio han de fomentar los valores cívicos. Con estas premisas, el Estado debe formular una ley que determine los mínimos que toda escuela tiene que respetar.
Cualquiera que desee poner en marcha un centro educativo debe dirigirse a una comisión políticamente neutral que examinará si el proyecto satisface los mínimos estipulados por la ley. En caso afirmativo, se dará la autorización para crear esa escuela. A continuación, se establecería un contrato entre el colegio y la autoridad pública –ya sea nacional o regional– que permitiría a la administración controlar en cualquier momento que realmente se están respetando los contenidos de la ley. Así, el Estado daría fondos a cada colegio en función del número de alumnos. Esto no supone que el Estado deba pagar más, sencillamente varía el colegio que recibe este dinero.
Además, las escuelas deberían poder recibir aportaciones voluntarias de los padres que quisieran mejorar la calidad de la enseñanza. Que la enseñanza básica deba ser gratuita no significa que no puedan hacer donaciones privadas aquellos que lo deseen. Según tengo entendido, en España es ilegal. Desde mi punto de vista, esto responde a un razonamiento puramente ideológico de igualitarismo: ningún niño o niña debe tener una enseñanza mejor que los demás.

En su ponencia ha dicho que los proveedores de educación no deberían ser solo escuelas individuales; más bien, Ud. recomienda formar "redes de escuelas" unidas por un mismo estilo pedagógico. ¿Podría ilustrar esta idea?
Si se aplica mi sistema, tendríamos distintos colegios, cada uno con su proyecto y con su contrato con la Administración. No obstante, estarían aislados y esto no es bueno para la educación. Una escuela cerrada pronto comienza a generar rutinas y su funcionamiento empeora.
Si se permitiera que las escuelas pudieran unirse, se podría crear un centro de formación del profesorado, algo imposible si se trata de una sola escuela, ya que los costes son insostenibles. De esta forma, se daría al profesorado un espíritu común y se podrían comparar los resultados y las experiencias que se llevan a cabo en cada colegio. Toda esta red de colegios usaría los mismos libros de texto y, de esta forma, se crearía una especie de "marca" para todas estas escuelas. Así, en el caso que unos padres deban mudarse a otra ciudad tendrían otro colegio que imparta una educación similar a la que ya tenían en su ciudad de origen.
La idea es que existieran varias "marcas" o varias identidades que representarían diferentes tendencias y tradiciones educativas. Y, en el caso que se constituyeran estas redes, no hay motivo para que no sean de ámbito internacional. En la Unión Europea tenemos unos mismos valores, pero las redes de colegios también podrían incluir Japón, China o Corea. Hay gente muy válida que trabaja en estos países.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Soares, as Pousadas e o Lucro

Soube, pelo RAF, que o Soares se insurgiu contra a pretensa privatização das Pousadas de Portugal.
Por um lado, mostra incompetência, ou do próprio Soares, ou de quem o aconselha nos assuntos que há de falar. Po outro, mostra que Soares quer discordar, em todos os assuntos, de Cavaco. E, por isso, farta-se de dizer disparates.

Já agora, mesmo que as Pousadas tenham sido criadas, não para dar lucro, mas para "estimular o turismo nacional", não tem mesmo lógica que se critique agora a empresa: além de estar a estimular o turismo, está a dar lucro. Excelente!