quinta-feira, novembro 23, 2006

Querem tramar o Abel

O DE fez uma grande descoberta. O PR, ex-PM, tem falado com o AM. Honestamente, acho que qualquer pessoa minimamente informada deste país gostaria de trocar dois dedos de conversa com o presidente da AdC, precisamente sobre a OPA à PT. Ora, nós, comuns mortais, não temos esse "direito". Confesso que já encontrei várias vezes na rua o Professor, e que quase sempre hesitei em seguir em frente sem lhe fazer "nem que seja uma perguntinha" sobre o resultado final desta novela que nos acompanha há alguns meses... A vontade é muita, mas o bom senso impera.
O que talvez não impere é o bom senso dos jornalistas. É sabido que não são os autores das notícias quem escolhe o título e faz o destaque. Por isso, títulos como

  • OPA PT: Cavaco chama Abel Mateus por atraso na decisão (DE)
  • Cavaco chama Abel Mateus e pede rapidez na OPA (Diário digital)
  • Cavaco chamou Abel Mateus para acelerar análise da OPA da Sonaecom (Público)
são relativamente normais e não causam grande espanto. São fogo de vista para atrair compradores. Indo um pouco mais além, diria até que os títulos dos dois últimos até se desculpam, porque de facto essa é toda a notícia que foram capazes de "arranjar", na capa do DE.
O maior problema não é esse. Lendo um pouco da notícia do DD, ficamos a saber que

Segundo diz o DE, a conversa decorreu num clima normal mas em que Cavaco terá sensibilizado Abel Mateus para o impacto que estes atrasos tinham na imagem do país, e como isso fragilizava a visão externa de Portugal – que tem de se preocupar cada vez mais em ser um local atractivo para o investimento.

Mas... quem disse o quê ao DE?
A chamada "fonte oficial" (sempre tão útil e discreta quanto obscura) apenas confirma estes encontros, explicando que estão inseridas nos contactos normais do PR. Diz ainda que "o PR não torna público o conteúdo das suas audiências".
Perante isto, como é que se explica que se faça notícia de que a conversa decorreu num clima normal? Quem estaria dentro da sala, para dizer se o clima era normal ou anormal? E se o PR não fala - e muito bem - do conteúdo das suas conversas, quem é a personagem que traz a Público as restantes especulações da notícia, condimentadas, como convém, por tempos verbais que não comprometem ninguém? Qual é o interesse de uma notícia que não informa, que apenas levanta um clima de suspeita e que vem dar corpo ao "coro de críticas" que se resume a uma frase mais ou menos feliz de um Ministro? Qual é o interesse de uma notícia que não o é, porque ainda por cima "nos últimos dias não se realizou nenhum encontro"? "Os atrasos da equipa de AM" só o começam a ser no dia 15 de Dezembro, como mais adiante diz a pseudo-notícia.
A impressão que fica é que o artigo não passa de um conjunto de semi-banalidades, numa tentativa barata de agitação, que por alguma razão teve direito a primeira página. A isenção, por estes lados, não abunda.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Que coisa mais querida...

Momento difícil

Ter de admitir que ele talvez seja melhor que o Sampras.

sexta-feira, novembro 17, 2006

E ainda dizem que a Ségolène não tem ideias

Neste vídeo, Mme Royal mostra que tem ideias sobre a educação. Em concreto, p. ex., quer que os profs de liceu passem 35 h/semana nas escolas.
São ideias interessantes, e pouco... socialistas. Parece-me que os sindicatos, ainda por cima franceses, não vão gostar da ideia. Ou será que vão, como cá, engolir em seco, e aceitar as propostas, porque Mme Royal é do partido socialista?

Agora é oficial

Já se dizia que ía ser assim, mas agora é a doer. Como se pode ver aqui, aqui, aqui, e aqui. E preferências, meus senhores?

quinta-feira, novembro 16, 2006

Descanse em paz


Milton Friedman

quarta-feira, novembro 15, 2006

Um post que vale (muito) a pena

"Eu devia era ter juízo. Devia ganhar muito dinheiro, arranjar uma carreira séria, entrar para a Maçonaria, comprar um iate em leasing, parecer bonito, fazer dieta, ir ao ginásio, dormir oito horas, não comer gorduras (ou açúcares, ou carne, ou peixe, ou deixar de comer), não beber coca-cola (ou cerveja, ou vinho, ou água, ou deixar de beber), ter um cão, ter menos filhos, ter mais mulheres, ver televisão, ler o Miguel Sousa Tavares, ler o Pacheco Pereira, ler o Blasfémias, dizer que leio o Philip Roth para poder bater nos americanos e não escrever em blogues ou pelo menos pôr lá gajas nuas.
Em vez disso pago os impostos todos, dedico-me a coisas de duvidosa utilidade como a história pátria, deu-me para ser católico, não tenho carta, como e bebo e fumo (a sério…) o que me apetece, tenho quatro filhos e só uma mulher que não tenciono trocar no próximo meio século porque esta me deu muito trabalhinho a arranjar, vejo cada vez menos televisão e cada vez menos motivos para ver televisão, leio gajos como o Chesterton, o Tocqueville, o Bernardo Soares - nada a ver - e um tal de Santo Agostinho, tenho o hábito mitomaníaco de escrever em vários blogues, e de comentar em vários blogues, e de participar em projectos vários de vários blogues - e o resultado é ganhar prémios como este.
Eu devia era ter juízo."
Pedro Picoito

A sério?!?!

Descoberta do ano na capa de um Público desta semana:

"Promoções no crédito à habitação não são para todos"

segunda-feira, novembro 13, 2006

Como se tivesse 3 anos...

Finalmente alguém lhe explicou.

Afinal isto já vem do século XIII

"A organização da Universidade Portuguesa na época medieval teve como influência principal o modelo organizativo de Bolonha."

José Mattoso

domingo, novembro 12, 2006

"à espera não se sabe do quê"

A deputada Helena Roseta disse hoje, no congresso do partido que nos governa, que se o não ganhar, "proponho ao grupo parlamentar que assuma a responsabilidade de mudar a lei. Não vamos ficar mais oito anos à espera não se sabe do quê. Vamos para a frente."

Isto quer dizer que o referendo só interessa se o resultado for aquele que a senhora deputada quer. Se assim não for, dentro de oito anos (o período de validade de um referendo, pelos vistos) teremos novo referendo, e assim até que a opinião da senhora deputada vingue.

E quer dizer também que a senhora deputada não dá importância nenhuma ao resultado deste referendo, porque quer mudar a lei independentemente do resultado.

Será que alguém conseguirá explicar à deputada Helena Roseta o que é que significa aceitar os resultados democraticamente?

E, já agora, o que é que a senhora deputada vai dizer se, ganhando o sim e mudando a lei, dentro de, digamos, oito anos, haja um novo referendo para voltar a por a lei como está hoje?

sexta-feira, novembro 10, 2006

Liberdade de escolha

O Paulo Marcelo hoje escreve um artigo sobre liberdade dos pais escolherem a escola dos filhos.
E bate com força: "só a liberdade de escolha da escola é capaz de garantir a igualdade de oportunidades. Veja-se o Livro Branco para a educação do socialista Blair. Para os alunos mais pobres o mito da “escola igual para todos” significa, muitas vezes, menos qualidade, privilegiando os filhos das classes mais abastadas. Só uma visão bacoca ou preconceitos ideológicos podem impedir que as verdadeiras mudanças ocorram."

E que tal se se dividissem mesmo?

CDS/PP: "Críticos e direcção agendam confronto final para 2007".

Assim como está, o grupo do PP não vai desistir de agendar o confronto final até ganhar o partido (estratégia tipo referendo), e depois vai ser a vez do grupo do CDS ir de confronto final em confronto final até recuperar o partido.

Porque é que não se dividem mesmo? 1,5% para cada um, e não se fala mais nisso!

quinta-feira, novembro 09, 2006

As empresas portuguesas em Espanha

O nosso primeiro-ministro dizia que Espanha, Espanha, Espanha eram as três primeiras prioridades da expansão da nossa economia. Mas parece-me que vai ter de escolher outras: na 2ª-f fui ao congresso ibérico da construção - por sinal, fiquei muito bem impressionado com a pontualidade - e o CEO da Mota-Engil disse que consegue ganhar concursos às empresas espanholas nos 20 países onde está presente, mas não consegue ganhar nada em Espanha.

Eu não sou contra a existência de empresas espanholas em Portugal. Longe disso. E não gosto dos choradinhos dos empresários a exigir coisas aos governos. Mas, neste caso, penso que se não houver uma actuação dos poderes públicos portugueses sobre os poderes públicos espanhóis, esta situação, manifestamente injusta (e também anti-mercado) não se alterará.

Mais um serviço do Google

Docs & Spreadsheets (http://docs.google.com): muito bom, permite fazer uma quantidade de coisas que o meu word não deixa: save as pdf, por exemplo. Ou save as open office...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Não é só por cá...

Ainda se queixavam da fortuna que o Zé Cabra fez!

Será permanente?

A página do público tem uma novidade.
















Bolsa, é fashion, eu entendo. A fotografia do dia, fica bem. O inquérito inútil do costume ainda passa. Agora, as greves do dia, acho grave.

sábado, novembro 04, 2006

Prioridades erradas

"The cult of 'leadership' has hooked managers and executives to such an extent that they almost always opt for 'leadership development' when asked what kind of coaching or training they would prefer, even though they seldom know what it is they are asking for".

Mais uma vez se prova que o melhor negócio é comprar uma (qualquer) pessoa pelo preço justo, e vendê-la pelo que pensa que vale: toda a gente - e, em especial, os executivos - pensa que tem as características necessárias para ser líder, e por isso quer fazer um cursinho de liderança para polir as suas capacidades. E não vê os defeitos e lacunas que tem, que normalemente são muito mais relevantes.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Treinadores adivinhos

O Fernando Santos diz que «Não sou adivinho nem alimento polémicas».
Curioso: uma semana antes, tinha dito aos jogadores, no intervalo do jogo com o Estrela da Amadora (anterior ao do Porto), que sentia que o Benfica não ía acabar com 11.
De uma semana para a outra, perdeu os poderes!

quinta-feira, novembro 02, 2006

Thousand-Hand Bodhisattva

Para comemorar o primeiro aniversário deste blog, eis um video absolutamente fantástico:


Thousand-Hand Bodhisattva Masterpiece