quarta-feira, maio 23, 2007

O século da indiferença (II)

Diz o Francisco Sarsfield Cabral que

Mais de metade dos casais portugueses não tem filhos. E um terço tem apenas um filho.

A maioria dos que têm filhos não quer mais tempo para dedicar à família. Não quer prejudicar a sua vida profissional.

Pelo contrário, a maioria dos europeus gostaria de ter mais tempo para cuidar da família.

Além disso, temos em Portugal mais automóveis por habitante do que a média europeia. Na União só a Itália e o Luxemburgo têm mais carros.

Ou seja, a família deixou de ser uma prioridade para a maioria dos portugueses. A profissão e os bens de consumo passam à frente.

Como se estes sinais não bastassem, há quem, à esquerda, pretenda o divórcio na hora, tornando o casamento um compromisso sem significado.

E também há quem, à direita, queira minar ainda mais os alicerces da família.

Conviria reflectir e ver ao que nos leva esta falsa modernidade, afinal não tão europeia como às vezes se pensa.

No seguimento do post anterior, penso que esta importância desmedida que se está a dar, em Portugal, à carreira profissional, está a originar uma sociedade des-sociezada, isto é, que cada um não se ocupe dos outros membros da sua sociedade. E isto é um contra-senso.

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