quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Ideia de génio...

O senhor até é simpático... Mas vpv não perdoa!

"O dr. Jorge Braga de Macedo, cuja perspicácia o país já pôde apreciar, disse na televisão que "a idade de reforma devia ser indexada à esperança de vida". (...) Fora isso, que para o dr. Braga de Macedo não tem importância, há o problema da "carreira" dos velhos. Não vão com certeza ocupar indefinidamente os lugares de responsabilidade e direcção, porque perderam a força, a inteligência, a capacidade de aprender e se tornaram pouco a pouco um obstáculo ou até um risco. Suponho que o dr. Braga de Macedo não hesitaria em os despromover. Mas, por mim, não gostaria de o ver a ele, com 78 anos, gaguejante e trémulo, como encarregado de limpeza da Faculdade de Economia da Universidade Nova, onde iluminou tanto espírito com a luz do seu.
vpv "

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu n li o artigo, mas a indexacäo da idade miníma da reforma à esperanca média de vida faz todo o sentido. Näo decorre daí que se despromova ou sequer que a pessoa se reforme de facto. Mesmo depois da atingida a idade da reforma, nada deve impedir que se continue a trabalhar... deve ser sempre uma escolha. O que é incompreensivel é que se pague reforma a pessoas de 60 anos com capacidade para trabalhar... o que é incompreensivel é que a funcäo pública tenha um regime diferente do resto dos comuns mortais... O que é incompreensivel é que se pague täo pouco aos reformados... e por fim, o que é incompreensivel é que näo se faca nada para corrigir tudo isto! O VPV pode n perdoar, e até pode ser muito inteligente, mas considerar o trabalho como sofrimento parece-me demasiado parecido com uma espécie de complexo católico, em que o trabalho é um castigo, em vez de uma actividade que muitas pessoas apreciam.

Jorge Ribeirinho Machado disse...

Caro Pedro,

Estou completamente de acordo com a crítica ao vpv, e não me choca a proposta do Braga de Macedo - até porque o Bismarck, ao inventar a idade da reforma, colocou-a acima da esperança de vida da altura. Agora, dizer que o trabalho como sofrimento é uma especie de complexo católico é estar umas boas dezenas de anos atrasado em relação ao modo como os católicos em geral veem o trabalho!

Um abraço

Anónimo disse...

Pensei que tinha ficado implicito no meu comentário que ao me referir a um complexo católico era mais num contexto clássico e näo num contexto contemporâneo. Num contexto contemporâneo o catolicismo morreu.

Jorge Ribeirinho Machado disse...

Caro Pedro,
Isto fez-me lembrar aquele grafitti: "Deus morreu. Eu matei-o. Ass: Nietzsche." E por baixo estava escrito: "Nietzsche morreu. Eu matei-o. Ass: Deus"
Abraço,

Anónimo disse...

N estou a ver a ligacäo... Se o catolicismo morreu, num contexto contemporâneo, é apenas devido à falta de vontade pelos "católicos oficiais" de viver de acordo com as regras da igraja católica, ou dessa mesma igraja reformar as suas regras para acomodar o comportamento do (dito) católico contemporâneo.
Nietzsche tinha muitos problemas e muito ódio dentro dele (e assumindo o grafitti: deus tem os mesmos problemas)... eu n qro matar deus, deixo isso para quem nele acredita.